
Sobre a corda bamba estou, braços estendidos sem nada tocar. O desafio é meu, o medo é meu, o equilíbrio também é meu.
O vento da incerteza procura me abalar, miragens tentam me distrair. Medos me ameaçam e as derrotas do passado embaçam a visão.
Voltar parece ser tão mais simples, seguro, fácil. Cair até parece ser menos doloroso do que seguir. Mas em continuar está a verdadeira razão e sentido da vida, mesmo quando não vejo no horizonte o ponto de chegada.
Às vezes, nessa corda bamba da vida, o desequilíbrio é inevitável e a queda é iminente. Os braços se estendem desesperados por encontrar uma mão, alguém para compartilhar o desafio, firmar os pés e expulsar o medo.
E encontro.
E assim, percebo que não estou sozinha. Que esta jornada pode ser mais leve, tranquila e até divertida. E que se eu quiser, o vento também pode ser brisa refrescante. Se eu mudar de perspectiva, há paisagens para me encantar. Se eu refletir, as incertezas são a prova de que tudo é possível. E se eu ponderar, foram as derrotas do passado que me prepararam e me tornaram mais forte para viver esse momento.
A corda continua bamba e ainda não enxergo ao longe. Mas ao olhar para o lado, lá está o sorriso confiante e os olhos doces que me dizem com segurança que valerá a pena ir até o final.
NEle, encontro o equilíbrio que preciso para continuar.
(publicado em 2011, atualizado em 2021)