Reflexão

A semente

Uma semente que brotou

Num dia distraída, andando por aí, alguém gentilmente se aproximou: “Ei, tenho um presente para você”. Desconfiada, perguntei: “Mas por que para mim?”. Ele, sorriso no rosto, me respondeu: “Porque assim desejei”.

Confiante, minhas mãos estendi. E ao sentir as suas, delicadamente pousando sobre as minhas, agradeci. Seria esse o presente? Seu toque? Mas antes que eu pudesse perguntar, ele partiu.

Ainda surpresa pelo encontro, olhei para as minhas mãos e ali estava uma semente inesperada. Tão pequenininha, que poderia até passar despercebida. Tão simples, que poderia facilmente ser desprezada. Mas ao lembrar das gentis mãos que a me deram, senti que se tratava de algo especial, único. A chamei de VIDA.

Por um tempo, pensei em guardá-la. Não queria correr o risco de perdê-la. Mas seria esse o sentido de tê-la?

Decidi plantá-la. Com cuidado, escolhi um lugar onde ela pudesse crescer protegida e se sentisse acolhida, como em FAMÍLIA. Um lugar seguro onde pudesse firmar suas RAÍZES, viver seus valores.

Sem pressa, preparei o solo. Revolvi a terra, retirando as sujeiras e as pedras. Deixando espaço para que ela pudesse crescer LIVRE. Coloquei adubo, para que suas necessidades fossem supridas e ela pudesse crescer FORTE.

A VIDA estava plantada!

Não era possível ainda saber no que ela se transformaria. Mas cheia de expectativa e alegria, aguardei.

O solo fielmente reguei: com água, com palavras de carinho e de incentivo. Outras vezes, era o próprio céu que a refrescava. Mas por alguns dias, parecia que nada iria acontecer… esperar era tudo o que me restava fazer.

Foi então que, ao calar de uma noite, sussurrei para a semente: “ei, você está aqui para cumprir uma missão”. Ao amanhecer, o primeiro broto estava lá. Descobrir seu PROPÓSITO a fez despertar.

Dia a dia, timidamente ela crescia. E de mim, todo o cuidado ainda requeria. Com paciência, tirava as ervas daninhas, enganosas, que teimosamente apareciam, para que assim ela pudesse crescer VERDADEIRA, tal como foi feita.

Fazia-lhe companhia, contava como tínhamos nos encontrado. Suas folhas, verdes e leves, balançavam com a brisa. Acredito que era a forma dela me dizer que também sentia saudade daquele dia, daquele toque.

Então, ela cresceu, forte e saudável. Quem olhava para ela, reconhecia suas origens, que fora criada pelas mãos mais gentis, e sorria.

E um dia, quando achava que sua missão estava concluída, ela FLORESCEU, trazendo ainda mais beleza e alegria para quem cruzava seu caminho.

Olhei para os céus e agradeci: “Ei, obrigada pelo presente, pela semente chamada vida!”

Reflexão

Momentos

Mãos segurando café em um momento único

Sou entusiasmada pelos grandes acontecimentos da vida. Aqueles com data marcada, que geram expectativa, ansiedade, frio na barriga.

Mas também sou uma verdadeira apreciadora dos momentos corriqueiros, estes que acontecem sem alarde, sem aviso.

Estes que acontecem na correria do dia a dia, na tarde da quinta-feira, entre um telefonema e outro, na mensagem de boa noite, na preguiça do domingo, no encontro inesperados.

Momentos comuns. Únicos. Que me fazem pensar: esta é a vida real e ela está acontecendo agora! Isto sim é um grande acontecimento.

E para você, qual é o momento favorito do dia? Compartilhe comigo!

Poesia

Na janela

Na janela, uma garota a sonhar.

Na janela, ela.
Pensando em tanta coisa.
Sonhando com algumas.
Sentindo tudo.

E decidindo: a janela aberta vai ficar.
Só assim para que outras paisagens (ainda mais belas) possa contemplar.
Só assim para que a luz do sol (e da vida) possa entrar.

Pela janela, Ela vê a esperança.