Poesia

Entre Irmãos

Uma das implicâncias que tenho com meu irmão mais velho e sua esposa é sobre a decisão deles de terem um único filho. E sem medo de ser chata, repito: gente, meu sobrinho merece ter um irmão!

Ok, ok, sei que não deveria me intrometer nisso. Afinal, são eles que bancam as despesas e têm a responsabilidade de criar e educar um filho nesse “mundão”. Mas vez ou outra, mesmo que por brincadeira, volto no assunto. Quem sabe eles mudam de ideia e o Gabriel ganha um irmão, não é?

O principal motivo de eu querer tanto que meu sobrinho tenha um irmão, é justamente porque eu sou apaixonada pelos meus. Eles são presentes que sempre encherá meu coração de gratidão a Deus!

E olha que meus pais capricharam para valer! Dois meninos e duas meninas, e sem modéstia, todos lindos, inteligentes, responsáveis, gentis e… a lista é longa. Sou “irmã-coruja” assumida.

Temos muitas semelhanças entre nós, tanto na aparência quanto na personalidade, mas cada um tem seu jeito e seus dramas e isso faz com que tudo seja mais equilibrado e divertido na família.

Quando morávamos sob o mesmo teto havia muitas brigas, pirraças, manhas e até ameaças (vou contar para a mãe!). Tinha a disputa por ser o preferido, ter o melhor quarto, escolher o canal de televisão ou sentar na janela.

Mas havia também a cumplicidade, o companheirismo e a amizade, o que continuou à medida que fomos “crescendo” e seguindo pela vida.

Mesmo na fase em que cada um ficava no seu canto, o fato de saber que estávamos na mesma casa era reconfortante para mim. E quando chegou o momento dos mais velhos se casarem e terem suas próprias famílias, pareceu-me que, mais do que um quarto vazio, meu coração tinha um pedaço faltando! Muitas vezes de manhã ficava quietinha deitada na cama, achando que a qualquer momento iria ouvi-los andando pela casa e colocando em alto som músicas do Zé Geraldo.

Ainda sinto falta de quando todos estavam em casa, fazendo bagunça e a cada hora, uma turma de amigos entrando ou saindo. Mas por outro lado, ganhei cunhadas e sobrinhos que amo e que completam a felicidade da nossa família! E ver meus irmãos cuidando de seus próprios filhos com tanto amor, só faz com que meu orgulho e admiração aumentem mais.

Bem, meus irmãos mais velhos me “abandonaram”, mas tenho a caçula para me consolar. Apesar dos quase dez anos de diferença, ela se tornou minha melhor amiga. Passamos horas conversando sobre livros, seriados de televisão e sobre a vida. Saímos juntas e compartilhamos segredos, opiniões, roupas e perfumes. Incentivamos e tentamos realizar os sonhos uma da outra, como na vez em que a levei a um show de um monte de bandas coloridas só para ela poder ver o Fiuk, sua paixão adolescente do momento.

Sempre que há oportunidade de estar junto dos meus irmãos e irmã, aproveito. Pois qualquer que seja o tempo em que estou com eles, mesmo que seja breve como um almoço, uma carona ou um telefonema, é um tempo mais que especial.

Ter irmãos é assim. É ter amigos para qualquer hora, com os quais podemos contar em qualquer situação. Eles podem ser chatos, irritantes e até insuportáveis, mas como li em um dia desses, daríamos a vida por eles se assim fosse preciso. Falamos mal deles o quanto quisermos, mas ai de quem se atrever a concordar!

Temos o mesmo sangue, sobrenome, lembranças e levamos um pouco de nossos pais por onde andamos. E ficamos com aquela certeza de que fomos abençoados por nascer nesta e não naquela família.

E se você não tem um relacionamento tão maravilhoso assim com seus irmãos, se teve mágoas, crises e dores, tente perdoar. Os elos construídos ainda quando crianças terão força para renovar essa relação tão especial.

Texto meu também publicado no Blog Mais Viver Unimed Paulistana

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s